É um lugar simples, muito simples, embora o entorno assim não o denuncie.
E lá se ouve samba. Samba do bom, daqueles que as mãos ficam inquietas, com vontade de batucar, e quando nos apercebemos já estamos cantarolando e até ensaiando alguns passos.
Passam sambas dos idos tempos, conhecidos, bem cantados, bem tocados.
Lá pelas tantas, gente nova vai se achegando e, pouco a pouco, novo elenco de músicos está formado e tocando. E tocam sambas novos, famosos...
O lugar, pequeno, menor se torna com o tempo que passa e a chegada de outras personagens.
Samba, suor, cerveja, petiscos e até, algumas vezes, poetas declamam seus ais ao microfone, mesclando com a música sempre boa.
Perto dos músicos ouve-se uma voz poderosa, feminina, com estilo: são Mara Rúbia e Ney Silva no ritmo, seus filhos estão por perto, amigos irmãos, uma família está formada...
Logo vem o pessoal da velha guarda: O Tião, o Wilson Suscena, o Aldo Bueno, e outros tantos nomes.
O equipamento é precário, pequeno, quatro ou cinco canais de som, dois ou três microfones, o bastante para a produção ficar excelente. O violonista Pastor se esmera em produzir sons dos mais diversos ao violão enquanto Ney no reco-reco espreme um som, um ritmo, do outro lado o cavaquinho afiado do Odair Menezes e ao seu lado o batuque ritmado do pandeirista Tonhão.
Todos os freqüentadores cantam “...Na aba do meu chapéu você não pode ficar: meu chapéu tem aba curta, você vai cair e vai se machucar...” ou “...tinha eu quatorze anos de idade quando meu pai me chamou...” ou ainda “...quando piso em folhas secas caídas de uma mangueira...” canções imortais passam em nossos ouvidos e ficam tatuadas em nossa memória.
É a casa do samba num local que foi chamado tumulo do samba, capital financeira do país: São Paulo.
É samba do Tietê e do Pinheiros, dos bairros pobres e dos bairros nobres.
É o endereço do samba do bom, o bom samba do Brasil.
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